Por Marcos Vinicius Cabral
"Os dias estão passando rápido demais.
Em um estalar de dedos é janeiro, no piscar de olhos dezembro e com os cabelos brancos à mostra se chega à conclusão que estamos envelhecendo mais rápido do que queríamos e não lentamente como é desejado.
Não está dando para aproveitar as coisas como antes e momentos especiais ao lado de quem amamos acabam sendo substituídos por trabalho. Muito trabalho.
Se o tempo é ruim, há algo ainda pior: a solidão!
Mas existem os que estão só. E é por eles que escrevo.
Escrevo porque imagino que conviver com a casa vazia, a televisão desligada, um copo apenas de café sob a mesa e sem ninguém para conversar deva ser duro. E o pior: tudo em silêncio!
Nenhuma mão para abrir a porta e ninguém à espera do outro chegar.
A pessoa está só. A solidão é a única companheira.
A tristeza pede para entrar na história. Quando menos se espera visitas, a tristeza bate à porta e quer entrar sem ser convidada.
No entanto, deixa que eu lhe diga: sua tristeza não vem da solidão.
Vem da mente fértil e dela surgem fantasias. Isso é um perigo.
Como você se comporta com a solidão?
Aprenda: as coisas agem e acontecem quando recebem nomes que lhe damos.
Se chamo minha solidão de inimiga, ela será minha inimiga. E do contrário, a mesma coisa.
Existem pessoas que convivem com a solidão numa boa. Alguns têm vários amigos, estão rodeados de familiares e mesmo assim continuam sentindo-se só.
Por incrível que pareça, não é a quantidade de pessoas que determina o fim da solidão, mas a qualidade da companhia.
Melhor uma pessoa especial ao seu lado e em silêncio do que 15 outras falando determinados assuntos.
Certa vez, Carlos Drummond de Andrade (1902-1987) disse: "Por muito tempo achei que a ausência é a falta. E lastimava, ignorante, a falta. Hoje não a lastimo. Não há falta na ausência. A ausência é um estar em mim... essa ausência assimilada, ninguém a rouba mais de mim".
Saiba conviver com a solidão e com o tempo. No fim da vida serão, mais cedo ou mais tarde, as melhores companhias".
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