Por Marcos Vinicius Cabral
O Flamengo começou 2023 sendo vice da Supercopa do Brasil para o Palmeiras ao ser derrotado por 4 a 3 e nesta terça-feira (7) viu a carruagem da conquista do bicampeonato Mundial virar abóbora na derrota para o Al-Hilal por 3 a 2.
Mas se o Flamengo iniciou o ano com o pé-esquerdo, o clube começou a pagar um alto preço quando Vitor Pereira, então treinador do Corinthians, deu a seguinte declaração na primeira quinzena de novembro à ESPN:
"Eu me sinto triste, queria muito continuar esse projeto, mas não tem hipótese alguma. Não vou para clube nenhum, não vou pra canto nenhum, eu vou pra casa, tenho que ajudar a estabilizar um pouco o processo da doença da minha sogra que está vivendo na minha casa e por isso tenho que voltar pra lá", alegou Vitor Pereira.
O Flamengo, que nada tinha a ver com isso - pelo menos até aquele momento - era comandado por Dorival Júnior que veio para substituir o fraco Paulo Sousa e conquistou a Copa do Brasil em cima do próprio Corinthians de Vítor Pereira em emocionante decisão no Maracanã e a Taça Libertadores ao bater o Athletico-PR, lá no Estádio Monumental, em Guayaquil, no Equador.
Com o caminho pavimentado com as conquistas - diga-se de passagem, duas senhoras conquistas - natural seria que Dorival Júnior recebesse o convite da diretoria para um coffee break como pretexto para tratar da renovação de contrato.
Mas o que é natural para qualquer um dos 42 milhões de torcedores rubro-negros, não é para a diretoria do clube, que não se sensibilizaria com os feitos de Dorival Júnior.
Sem contar que um dos maiores feito dele no comando da equipe rubro-negra foi recuar Gabigol como arco para armar as jogadas e colocar Pedro enfiado como flecha para marcar os gols.
Resultado: em 31 jogos, a dupla de ataque do Flamengo marcou 32 vezes.
Mas o vice-presidente de futebol, Marcos Braz e Cia. preferiram acreditar no português que usou a doença da sogra para deixar o Timão e deu a ele uma equipe ressentida e extremamente magoada com a demissão de Dorival Júnior.
Apresentado no dia 2 de janeiro, Vitor Pereira prometeu "criar juntos um jogo atrativo, que os jogadores desfrutem e a torcida também", disse VP na primeira coletiva como já técnico do Flamengo.
No Carioquinha, que não serve de parâmetro para absolutamente nada, faz um bom jogo e vence o Nova Iguaçu por 5 a 0, sofreu para superar o Audax Rio e o Bangu por 1 a 0.
Ontem, contra o Al-Hilal, no Mundial de Clubes, foi castigado com dois pênaltis bobos e a expulsão de Gerson.
No intervalo, mexeu mal ao sacar Arrascaeta e tirar Everton Ribeiro no decorrer do jogo.
Agora é juntar os cacos e saber se o treinador que usou a doença da sogra para não permanecer no Corinthians terá, de fato, apoio dessa diretoria, para mexer na forma de jogar e na estrutura do time. Por enquanto, o Flamengo é hoje um time perdido no meio de tantos achados.
Se pudesse voltar no tempo, bem que a história de doença da sogra poderia ter sido verdade e, dessa forma, Vitor Pereira teria ido a Portugal e Dorival Júnior não demitido.
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